sábado, 17 de julho de 2010

Mar saudoso

Seria uma borboleta de ferro ? Corajosa e decidida ou imersa em complexa ilusão ?
Não se sabe, mas passará um bom tempo sem contemplar o mar .. e talvez isso faça muita falta, mas talvez nem faça tanta assim .

terça-feira, 22 de junho de 2010

A moça da flor


Hoje morreu uma linda moça bem no fundo dos meus sonhos. Visitei todos os cantos pelos quais ela deixou saudade, conheci o sofrimento que sua ausência instaurou, as lágrimas, os jovens homens com seu sangue pela veia e a tristeza de sua casa estreita com paredes brancas. Nada mais ficou ... Onde será que estou aí ?
E lá estava a moça morta com seu amor, caminhando ainda muito frágil, sentindo o peito apertar, o vazio. Ela ainda não entendia o que havia se passado, mas ela sabia consigo que estava sozinha.
Então, ela repara em alguém que não tem medo de estar só, em alguém diferente, um alguém que a passa confiança, um alguém que a lembra muitas coisas, que ela nem sabe .
Ela mudou e não sabe o que fazer .
Seu amor bate e repate por dentro .. a saudade pode ser um grande desespero quando quer. Ela corre pro litoral, mas será que ainda pode tocá-lo ? Lá está o menino dos cabelos negros, dos cachinhos felizes, dos lábios vermelhos. O menino recluso toca um violão, a chorar ... O que há ?
E um estranho pacto de diferentes dimensões assusta, mas parece ser a última saída.. Será ?
E como quem costura um xale, pouco a pouco ele tende a ganhar forma, com cuidados eles precisam desfazer os erros, misturar as coisas e tornar tudo inesquecível novamente. Há de ser perigoso e um pouco dolorido, pode ser a última chance de sorrir.

O alguém diferente observa tudo e sabe que não é seu lugar, mas quer ficar mais um pouco.

A morte permeia a todos, ela chegou rápido e cedo, mas não destruiu tudo, nem tanto.

A diferente jovem tem as mãos curadas e um sonho de não sentir mais saudade.
O litoral a trás tudo que ela mais quer, mas leva consigo tudo novamente assim que se vai .. ela quer essa felicidade a todo momento. Ela quer o toque certo, a vida .. ela quer voltar a sorrir deixar a confusão para trás. Ela não quer mais ser diferente.

E então semanas e mais semanas se passam ... o xale, o cuidado, o amor, o litoral, o alguém se foi, a morte camuflada, os cachos felizes, o litoral, o amor, o cuidado, dois sorrisos, o perigo se foi, o inesquecível .. ela volta a vida e nada mais é tão diferente .

domingo, 25 de abril de 2010

É clichê, mas é dor ..


Não eram mudanças que eu queria ? Uma nova fase ?

Pois então, instalou-se o caos ... Novamente .

As vezes dói respirar, dói não poder continuar por alguns intantes, dói viver cada segundo dessa dor cortante ... Estão irrespiráveis os lugares por onde passo. Não tenho vontade de conversar coisas banais, não quero falar sobre minha dor, tampouco. Não quero instalar uma revolução de pena a minha volta, não quero a piedade de todos . E quero que seja diferente dessa vez, somente .

Ao ter estado com o objeto de minha última dor interior, foi estranho sentir aquele misto de tudo e nada ... aquela história ali, dorminhoca, lindamente na calmaria das nossas lembranças, e um carinho ... mútuo de que por toda a vida se conhece. É corfortante e desesperador perceber que muitas pessoas ainda podem me ‘quebrar’ como agora.


Eu quero ouvir sua voz doce, eu quero procurar por alguma coisa que eu odeie nisso, eu quero não escontrar e me sentir feliz de novo, defitivamente, porque estou a salvo .

Eu quero seus abraços e beijos, seu olhar ... quero ser pra ti, novamente uma prioridade, quero ser a princesa dos seus olhos, aquela a quem vc ama incondicionalmente . Eu quero me orgulhar da nossa história e quero viver ilimitadamente, sem evitar nenhuma música, foto ou lembrança . Quero caminhar com as mãos entre as suas na praia, sorrindo sem me importar com mais ninguém. Quero o aconchego de seu quarto, de seu calor durante a noite, de seus beijinhos de manhã . Eu não quero lembrar de tudo isso com tristeza mais, eu não quero pensar que de nada disso me despedi, eu não quero me sentir acordando e voltando de uma viagem na qual fui muito feliz, mas que nem de perto foi real .

Eu NÃO quero viver sem você ...


'' You are my night sky ! '' definitivamente ...

domingo, 28 de março de 2010


Cheguei à conclusão que "sou feita pro amor da cabeça aos pés!"

Posso ser extremamente impulsiva se meu coração me leva a isso, mas costumo ponderar e agir depois de bastante pensar. Ansiosa, eu corro atrás dos meus interesses sem hesitar, mas se me bate uma preguiça... deixo para depois. Geralmente calma e pacífica, gosto muito de ouvir os outros. Porém, quando dou os meus ataques, falo muito e pouco escuto. Sonhadora IRREMEDIÁVEL, não esqueço nenhum dos meus anseios e acredito, de verdade, na realização deles. Apesar disso, posso ser pessimista em muitos momentos, e só enxergar as decepções, achar que nada nunca dará certo, sem esperança de melhora. Me sinto MUITO bem comigo mesma, com quem eu sou e com o que sou capaz de fazer. Mas tenho episódios de baixa auto-estima em que tudo o que eu não quero é que as pessoas concordem com as minhas afirmações auto-depreciativas. Amo INTENSAMENTE, cuido e protejo quem me faz bem. Detesto brigar com quem amo, mas a minha teimosia me leva a momentos assim... Me sinto uma pequena menina precisando de um colo quando minha mente está repleta de incertezas, mas sou FORTE e ousada para encarar a vida, por mais dura que ela seja.
Existem muitos fatores que me deixam para baixo, mas uma coisa é certa: agora, eu sou FELIZ de verdade!

Esse é o paradoxo da minha existência. :)

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Auto-retrato

Auto-retrato

A única coisa que não se modificou na minha consciência em meio a todas as perturbações foi a certeza de que aquilo precisava mudar. O inconformismo com a situação era o meu resquício de esperança, o “combustível” que ainda me motivava a ir atrás do que sonho – e meu corpo, que é o meu veículo, precisava ser reabastecido. Eu nunca me permiti desistir, apesar do cansaço da minha mente. E, por ser tão jovem, sinto que isso pode acontecer de novo, mas não foi por acaso que o sofrimento ocorreu. Não me rebelo em relação a isso, pois posso, agora, perceber que me foi concedida a oportunidade de, ainda em tenra idade, obter respostas e motivações que levarei para toda a vida.

Se, há pouco, era difícil até respirar, hoje posso dizer que encho meus pulmões de ar e, ao mesmo tempo, preencho meu peito de vida. Eu sou dona da minha cabeça e do meu destino; sou quem escreve a minha história. Posso dizer que optei por ser livre, por pensar criticamente acerca de todas as informações que chegam até mim, e selecionar o que vale a pena absorver, acreditar e seguir. Ao mesmo tempo, tenho a autonomia de descartar aquilo que não ter valor e me afastar de tudo o que me faz mal.

Nesse momento em que me veio a necessidade de transcrever parte daquilo que se passa comigo, me sinto bem, alegre e VIVA. Me apropriando de palavras que não são minhas, e sim, de um amigo que as proferiu a mim, eu digo: sou uma grande árvore. O vento balança minhas folhas; se for um vento forte, movimenta até meus galhos. Mas minha raiz está fixa na terra, e nada me retira daqui. Sendo assim, em alguns momentos, me sentirei “mexida” e até angustiada, mas tudo aquilo que eu acredito, permanecerá em mim, e sempre terei o poder de me reestabelecer. Eu sou forte, nada nem ninguém pode mudar isso.

Beatriz Pichinine Noronha.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009


Já, sentindo me caminhar aos poucos com meus próprios pés, posso enxergar .. a vida passa e não tão vagarosamente assim.
Observo aos mesmo tempo imagens dos extremos, os extremos de uma caminhada, os extremos do amor, da magoa, o vencimento de todas as culpas, o presente do perdão. Meu paizinho tão verdadeiro, meu filho, meu grande amor indo-se distante e devagar. Velho homem de passos curtos, andar arrastado, sobrevivente de uma morte impiedosa e covarde, ama a mim ainda, talvez ainda única linda flor em seu pequeno grande coração . Imploro-o que me acompanhe em qualquer circunstância, amo lindamente, saudosamente, infantilmente, culpadamente. Ainda aqui, a meu lado, sinto sua respiração, seus profundos sonos a tarde, sua cumplicidade sem fim, seu abraço tímido e sem jeito, seu choro abafado e constate, o inflar contido de suas bochechas, a magreza que o vício trouxe para confortar, a fraqueza e fortaleza ao falar, o consolo de suas palavras, o aconchego de seu colo sob a almofada, suas mãos leves e enrugadas a segurar, quase que tocando somente, as minhas.
De outro lado, sinto a leveza infantil, doce caçula, vinda repentina e tão dificilmente aceitável circunstância. Pequena menina, de meu mesmo tom de pele, chamada meia irmã, não possui a melhor parte de meus gens, que pena ! Lindo rostinho, desconhecido futuro, em meio a escolhas precipitadas, passos ao escuro, mais uma mulher sob masculina guarda, tão mais velha, tão menos madura, tão continuamente despreparado. Vendo o monstruoso paterno coração dos meus sonhos fundindo-se por tão pequenino ser, seria eu grande demais ?
Ela gosta de sentir-se amada e desejada, desde pequena. Ela já sabe o que é ser linda, ela sorri ao som de minha palavra, ela pensa num sei o que, ela implica com meu cabelo. Mas ela pode, porque é, inevitavelmente linda. E que possa florescer, num habitat tão incerto e infiel, que tenha sanidade e força de vontade, mais tarde, quando puder, assim como eu negar o que quiser e seguir fundo seu coração.

Tão inevitavelmente comprovo que o amor muda tudo de lugar e proporciona aos seres cegos o novo enxergar. Bebê, e de qualquer maneira meu. Não me peça em nenhuma circunstância para deixá-lo ir, assim como não pediu-me para chegar. Tenha em suas mãos meu coração pulsante de amiga, amada, irmã, mãe e neta.
Amo-te, lindos bebês !

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Past

Navegar em mares fundos e turbulentos, sentir leves correntes quentes e até observar belas cores e vida ainda em algum lugar. Passear por lembranças e reviver de modo melancólico o passado é uma viagem que promete muitos alívios, dores e saudade. Promete arrependimentos, angústias ou esclarecimentos. Pessoas, vozes, momentos, sentimentos e rostos. Há também o passado interior, aquele misto de sensações que só você reconhece, só você tem a certeza de que já sentiu bem fundo antes. O passado é história, é construção, é conforto. O passado é o início, é o fim, é o mais evitado.
Viagem que pode durar momentos, horas ou grande tempo. Não pode-se esquecer somente de ter tempo para construir um presente e assim, um futuro passado. O próximo a ser lembrado.